Argumentos favoráveis à introdução dos exames intermédios de Filosofia:
– Credibilizam a disciplina de filosofia
– Reposicionam o estatuto da disciplina junto de professores e alunos
– Incentivam ao estudo da disciplina
– Dignificam o trabalho dos docentes de filosofia
– Motivam para o filosofar
– Contribuem para a dignificação do trabalho dos docentes de filosofia
– Incutem uma cultura de responsabilização nos estudos
– Levam a que os alunos e a sociedade encarem esta disciplina com mais seriedade e interesse
Argumentos contrários à introdução dos exames intermédios de Filosofia:
–– A informação chegou às escolas demasiado tarde, por isso, os docentes não foram alertados a tempo de pensarem e reflectirem a planificação com esse objectivo.
– toda a planificação, com os respectivos objectivos e competências, encontrava-se já formulada e já decorriam as aulas quando se soube da existência, pela primeira vez, destes testes à disciplina de Filosofia.
– Os conteúdos previstos para a prova são incompatíveis com o tempo real que há para os leccionar.
– Para leccionar os conteúdos previstos é necessário que se avance indiscriminadamente, sobre as dúvidas dos alunos e o tempo necessário para implementar estratégias conducentes ao sucesso dos mesmos.
– Inexistência de orientações específicas para a leccionação dos conteúdos de um Programa extremamente aberto que possibilita várias abordagens
– Uma prova com esta calendarização e estes conteúdos obriga à alteração dos objectivos gerais e específicos e respectivas competências do módulo inicial.
– Uma prova com esta calendarização e estes conteúdos só é possível com a supressão abordagem da unidade inicial, unidade que se desenvolve com exercícios mais práticos e se mostra fundamental para motivação e desenvolvimento de competências dos alunos que contactam com a filosofia pela primeira vez.
Fonte: APF.
Propomos aos nossos leitores uma “sondagem” de opinião: sim ou não aos exames intermédios de Filosofia? Responda na “Sondagem” na secção esquerda da página e manifeste a sua opinião em resposta a esta mensagem!
Blogue em http://paginasdefilosofia.blogspot.com
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Para além dos ponto enunciados, parece-me que a forma de abordar os conteúdos se revelam díspares de escola para escola, ou seja de manual para manual. Se concebermos a filosofia numa perspectiva recentemente vulgarizada, confrontamo -nos inevitavelmente com uma certa prática filosófica, na qual eu não me reconheço por exemplo. Cingir a teoria do conhecimento à concepção de Platão e Gettier é uma aldrabice de todo o tamanho. Isto é só um exemplo! Mas muitos mais emergem da diversidade de leitura que se podem produzir
Cingir a teoria do conhecimento a qualquer par de filósofos, sejam eles Platão e Gettier, Nicolae Hartmann e Piaget ou Johannes Hessen e Kant é sempre uma aldrabice. Como é uma aldrabice caricaturar aquilo de que não se gosta para mais facilmente o combater. Mais, reduzir a teoria do conhecimento a cerca de uma dezena de blocos lectivos, também deve ser uma aldrabice.
De resto, a concepção platónica do conhecimento pode ser tudo menos corresponder a uma perspectiva recentemente vulgarizada, pois anda a ser vulgarizada há mais de dois mil anos.
Do que realmente os alunos do 11º ano precisam é de aprender a dar, de uma forma crítica, mas também sóbria e disciplinada, os primeiros passos na discussão dos principais problemas filosóficos, de modo a ficarem com as bases para posteriormente poderem avançar por si, se o quiserem. Do que, certamente, não precisam é que lhes encham a cabeça com montes de pseudo-informação caótica pré-digerida e cognitivamente estéril. Isso é o que, por vezes, acontece quando se quer meter o mundo inteiro num punhado de aulas.
O que me faz mais confusão é o refúgio no anonimato. É sistemático, constante e tem um impressionante registo histórico.
Este blogue apoia e incentiva a troca de opiniões entre os seus leitores. Não condicionamos a liberdade de alguém exprimir as suas opiniões, ainda que qualquer um de nós esteja em desacordo. Preferiríamos, no entanto, que essas opiniões fossem manifestadas frontalmente, e não por trás de um nick anónimo.
Feliz Natal e Boas Festas!
Abraço!
Caros lusitanos,
o que é mesmo aldrabice?
rssssss
No mais, em terras tupiniquins ou de são salvador, existe a eterna discussão do quê ensinar em Filosofia.
Penso que vou para a Matemática, pois lá esta questão não é feita. Todos já sabem o que ensinar e não é preciso dizer os motivos de ensinar isto ou aquilo.
Não é preciso também se acanhar quando um aluno não sabe matemática, pois o problema é dele e nunca, jamais, do professor de matemática.
Entre nós, professores de filosofia, somos contaminados pela própria filosofia e suas especulações. Fomos picados por nós mesmos, quem manda fazer perguntas?
Em épocas de certezas do consumo somos novos “Prometeu’s”.
Prof. Cídio Almeida