1. Num primeiro significado, A. é qualquer razão, prova, demonstração, indício, motivo capaz de captar o assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção. A. comuns ou típicos ou esquemas de A. são os lugares que constituem o objeto dos Tópicos de Aristóteles. Cícero, com efeito, definia os lugares como as sedes das quais provêm os argumentos, que são “as razões que dão fé de uma coisa duvidosa”. O significado generalíssimo da palavra “argumento” também é esclarecido pela definição de S. Tomás: “argumento é o que convence a mente a assentir em alguma coisa”, e pela de Pedro Hispano, que retoma a expressão de Cícero: “argumento é uma razão que dá fé de uma coisa duvidosa”. No mesmo sentido, essa palavra é usada por Locke na definição da probabilidade, que existe quando “existem argumentos ou provas capazes de fazer uma proposição passar por verdadeira ou de ser aceita como verdadeira”. E Hume, por sua vez, dividia os argumentos em demonstrações (puramente conceituais), provas (empíricas) e probabilidades. Nesse sentido, argumento é qualquer coisa que “dá fé” segundo a excelente expressão de Cícero, isto é, que de algum modo produza um grau qualquer de persuasão.
2. No segundo significado entende-se por argumento o tema ou o objeto, o assunto de um discurso qualquer, aquilo em torno de que o discurso versa ou pode versar.
Nesse sentido, argumento é o que preenche o espaço vazio de uma função ou aquilo a que uma função deve ser aplicada para que tenha determinado valor. Essa palavra foi usada pela primeira vez nesse sentido por G. FREGE.
Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia
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