Christof-Koch, conhecido neurocientista na área de estudo da consciência, afirma categoricamente após anos de estudo que estamos mais próximos da noção de panconsciência do que julgávamos, pois a ideia egocêntrica de que somos os únicos seres vivos com consciência está radicalmente ultrapassada.
Segundo Koch, todas as criaturas vivas possuem uma certa forma de consciência que as aproxima de alguma forma a nível cósmico, chegando a afirmar que a consciência está em todo o lado, à maneira da lei da gravidade: uma forma de panconsciência.
O paralelismo com o Budismo é evidente, já que os budistas crêem que todas as formas de vida são conscientes e valiosas, evitando a todo o custo causar-lhes sofrimento desnecessário ao adoptar, por exemplo, o veganismo como uma forma de evitar tal sofrimento.
Será esta a confirmação de que precisamos para deixarmos de nos ver como criação à parte, privilegiada, do resto do Universo? A ideia de que somos a criação perfeita, os eleitos, já foi abalada com Darwin, mas apesar de aceitarmos facilmente a evolução biológica da espécie, não encaramos de ânimo leve a ideia de partilharmos agora também a consciência com as demais formas de vida. Se assim fosse, teríamos de repensar a relação com os animais que sacrificamos para comer, para vestir, para divertimento. Até que ponto estamos dispostos a sair do trono da criação?