Empregabilidade dos professores de Filosofia: porque não reclamar mais disciplinas?

O grupo 410 tem perdido espaço curricular sucessivamente. Ao longo dos últimos anos, a perda tem sido constante e sucessiva, com graves implicações na empregabilidade e, agora, com consequências sobre os professores dos quadros.
Vejamos:
  1. o fim dos cursos tecnológicos ditou a eliminação da Psicologia A; 
  2. o desaparecimento dos cursos de ensino recorrente implicou a perda de Filosofia e Psicologia; 
  3. a suspensão dos cursos EFA levou à perda de CP (Cidadania e Profissionalidade) e de CLC (Cultura, Língua e Comunicação); 
  4. a transferência de alunos dos cursos gerais para os profissionais não teve, via Área de Integração, a mesma representatividade que até então a Filosofia podia assegurar;
  5. há muito que a Sociologia é outra coutada;
  6. desde 2012, começaram a chegar ao mercado de trabalho licenciados em Ensino de Psicologia, na Universidade de Évora, situação que levou a Ordem de Psicólogos a requerer, aos sucessivos ministros, a criação de um no Grupo Disciplinar especificamente para esses docentes. 
Portanto, temos assistido impávidos e serenos à delapidação dos horários de Filosofia. Claro que esta é uma discussão corporativa, mas não vejo qual seja a sua irrelevância se considerarmos que não há nenhum motivo que leve um professor de Filosofia a ser preterido por outro, de Direito, para lecionar Área de Integração, só para referir um exemplo.
Estamos no final do ano e esta não é a altura certa para comprar novas batalhas. Mas talvez seja o momento ideal para forjar um projeto a longo prazo: garantir a atribuição de mais horas ao Grupo 410 por via da “conquista” de novas disciplinas para estes professores.
De todas, saliento as seguintes:
  1. Pensamento Crítico. A legislação existente no ensino básico permite que a Oferta de Escola seja constituída por uma disciplina concebida pela escola. Alguns estabelecimentos de ensino privados já oferecem a disciplina de Pensamento Crítico. Outros oferecem Filosofia para Crianças.
  2. Ciência Política e Filosofia, no 12.º ano (são oferta de escola);
  3. TPIEAEC ou CIS (Técnica Pedagógica e Intervenção Educativa; Área de Estudo da Comunidade; Comunidade e Intervenção Social, nos cursos profissionais do ensino secundário;
Fica lançado o repto: que cada um, na sua escola, prepare ao longo do próximo ano uma proposta consequente à Direção da respetiva Escola, após aprovação pelo Grupo Disciplinar 410. Afinal, existem várias disciplinas cuja aquisição significaria um aumento importante do número de horas letivas.
Agradeço contribuições para este debate.
Sérgio Lagoa
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