Na segunda foi-lhes pedido que improvisassem orações pessoais antes de fazerem pedidos ao Pai Natal.
Segundo as conclusões do estudo, publicado na revista «Social Cognitive and Affective Neuroscience», as orações improvisadas desencadearam padrões coincidentes com os observados quando uma pessoa comunica com outra e activaram circuitos associados à teoria da mente, ou capacidade para imputar motivações e intenções aos outros indivíduos.
Pensa-se que duas das regiões activadas processem o desejo e a consideração de como poderá reagir outro indivíduo – neste caso Deus. Foi também activada parte do córtex pré-frontal, ligado à consideração das intenções de outra pessoa, e uma área que se julga ajudar a aceder a memórias de encontros anteriores com essa pessoa.
Mente ligada a Deus
Os investigadores notaram que o córtex pré-frontal, fundamental para a teoria da mente, não foi activado durante a tarefa ligada ao Pai Natal, numa indicação de que os voluntários o consideraram uma figura fictícia e Deus um indivíduo real.
Estudos anteriores mostraram que o córtex pré-frontal não é activado quando as pessoas interagem com objectos, como um jogo de computador.
“O cérebro não activa essas áreas por não esperar reciprocidade, nem considerar necessário pensar nas intenções do computador”, explicou Schjodt, citado pelo jornal Newscientist.
Na sua perspectiva, os resultados mostram que os crentes julgam estar a falar com alguém quando rezam, agradando assim tanto aos cristãos como aos ateus. “Para uns prova que Deus é real, para os outros é tudo uma ilusão”, afirma este investigador do Departamento de Estudo da Religião da Universidade de Aahrus.