Começar uma sessão de Filosofia perguntando às crianças o que é um tesouro e qual o tesouro mais valioso do mundo pode levar-nos a uma verdadeira aventura no mundo dos afectos.
As respostas imediatas recaem sobre quase tudo que reluz: ouro, prata, diamantes, moedas e, de preferência, dentro de um baú escondido por piratas. Mas quando é pedido que identifiquem o mais valioso tesouro do mundo, as respostas resvalam para a dimensão dos afectos e das necessidades essenciais. Trata-se de uma actividade extremamente rica para a percepção de que aquilo que é valioso para uns pode não ser para outros, bem como da extensão do conceito de riqueza imediata em termos de bens materiais para a família, os amigos, a saúde e o essencial para uma vida digna.
Trabalhar o conceito de “tesouro” é importante para a percepção de que as prioridades são relativas, que o dinheiro, muito embora seja obviamente importante na vida das pessoas, não garante o afecto, o amor e a amizade, pois estes estão para lá da capacidade financeira.
Nesta sessão realizada na EB1 do Muro, Trofa, algumas crianças quiseram abordar o drama dos refugiados, nomeadamente de outras crianças como elas, e de como estando nessa situação dramática, a sua noção de tesouro seria bem diferente (roupas, alimentos, conforto, carinho, protecção).