Qual é, então, o traço distintivo da ciência? Teremos de capitular e concordar que uma revolução científica é uma mudança irracional de adesão, que é uma conversão religiosa? Thomas Kuhn, um distinto filósofo da ciência americano, chegou a esta conclusão depois de descobrir a ingenuidade do falsificacionismo de Popper. Mas se Kuhn tem razão, então não há demarcação explícita entre ciência e pseudociência, não há distinção entre progresso científico e decadência intelectual, não há um padrão objectivo de honestidade. Mas que critérios pode ele então apresentar para demarcar o progresso científico da degenerescência intelectual?
Imre Lakatos, «Ciência e Pseudociência», in História da Ciência e suas Reconstruções racionais,
tr. Emília Mendes, Edições 70, 1998, p.16.
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