Se alguém quiser que uma alma, cuja salvação deseja ardentemente, expire na tortura antes mesmo de se ter convertido, isso espanta-me e espantará, penso eu, outros comigo; mas, contudo, é uma atitude tal que jamais alguém julgará que possa provir do amor, da benevolência ou da caridade. (…) Se, tal como o Capitão da nossa salvação, desejassem sinceramente a salvação das almas, trilhariam as suas pegadas e seguiriam o perfeito exemplo do Príncipe da Paz, o qual, ao enviar os seus companheiros para subjugar as nações e as fazer entrar na Igreja, os armou, não com o ferro, a espada ou a violência, mas com o Evangelho, com o anúncio da paz e com a santidade e o exemplo dos seus costumes.
John Locke, Carta sobre a tolerância, tr. João da Silva Gama, Edições 70, p. 91
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