Evidentemente, mesmo se a busca da salvação sem Deus está no centro de toda a grande filosofia e aí reside o seu objectivo essencial e último. Este não poderia concretizar-se sem passar por uma reflexão aprofundada sobre a inteligência daquilo que é – que normalmente denominamos a «teoria» – bem como sobre aquilo que deveria ser ou que seria preciso fazer – que designamos habitualmente por moral ou ética.
A razão é, aliás, muito simples de compreender.
Se a filosofia, como as religiões, encontra a sua fonte mais profunda na reflexão sobre a «finitude» humana, sobre o facto de para nós, mortais, o tempo estar, com efeito, contado e sermos os únicos a ter plena consciência disso, então a questão de saber o que iremos fazer durante estada limitada não pode ser iludida.
Luc Ferry, Aprender a viver, tr. Sandra Silva, Temas e Debates, pp., 23, 24.
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