2) Teorias empiristas. – As doutrinas anteriores (inatistas) pressupõem o carácter (e o valor) universal, mas por isso mesmo abstracto e formal de certos princípios morais, fundamentalmente válidos para todos os homens, de todos os tempos e lugares (não furtarás, não matarás, etc.).
– Os filósofos empiristas, atendo-se predominantemente ao facto de que as regras morais são variáveis com os lugares e as épocas, sustentam a tese de que a consciência moral é uma função adquirida gradualmente, a partir de um estádio primitivo de indiferença e de amoralidade.
Segundo esta escola, a consciência tem uma origem social, e corresponde a uma exigência social. Para viver em sociedade, o homem tem de se adaptar, ajustar-se à vida do grupo, que aliás impõe essa exigência de adaptação e ajustamento. Os dois grandes factores sociais de moralização do homem, ou seja, de ajustamento do homem às exigências do viver social, serão a educação e a pressão. Seriam pois os efeitos conjugados de uma e outra que, interiorizando-se e tornando-se habituais, no homem, constituiriam a génese da consciência moral.
A moral para a sociedade, logo pela sociedade, tal a fórmula que resume o empirismo.
A religião a desempenhar aí um papel fundamental, desde há 5.000 anos.
A religião é fonte de moralidade. Curiosamente, também tem sido fonte de imoralidade… mas vamos ao que interessa: a religião não é, no entanto, a única fonte de moralidade, ainda que alguns o pensem. É possível ter um pensamento e uma conduta eticamente irrepreensíveis ou louváveis sem que se seja religioso. Um ateu tem tantas condições para ser moralmente bom quanto o papa ou um bispo, um rabi ou um ayatolah.