Normalmente pensa-se no conhecimento como um estado subjectivo ou mental. Partindo da forma verbal «Eu sei» explicamos o conhecimento como uma certa forma de crença – isto é, uma espécie de crença que assenta em razões suficientes. Esta interpretação subjectiva da palavra «conhecimento» teve uma influência demasiado forte na antiga teoria da ciência. Na realidade, é completamente inútil para uma teoria da ciência, porque o conhecimento científico consiste em proposições objectivas formuladas por meio do discurso, em hipóteses e problemas, e não em expectativas ou convicções subjectivas.
A ciência é um produto da mente humana, mas esse produto é tão objectivo como uma catedral. (…) Como os filósofos Bernard Bolzano e Gottlob Frege salientaram com particular acuidade, devemos distinguir o processo de pensamento subjectivo do conteúdo lógico ou informativo de um pensamento.
Popper, A vida é aprendizagem, tr. Paula Taipas, Ed. 70, pp. 23, 24.
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