«Passará a empregabilidade, exclusivamente, pelo investimento no conhecimento? Para a socióloga da Universidade do Minho não, já que “o sucesso profissional não depende apenas do conhecimento”. “Atitudes, valores e outras dimensões não cognitivas”, como é o caso das características “afectivas e emocionais”, também contribuem para arranjar e manter o emprego.
Então, pode a ditadura do mercado profissional vedar o acesso à formação de áreas do saber como a Filosofia?
Na perspectiva de José Manuel Leite Viegas, não devem tratar-se de áreas incompatíveis, até porque “os países com uma dinâmica de mercado forte e muito prática valorizam áreas como a Filosofia. Trata-se da primeira área de formação, o ponto de partida para a prática empresarial, por exemplo”.
Além disso, “a Filosofia carece de um complemento e o próprio indivíduo necessita de racionalidade e conhecimento do Mundo em qualquer área do saber”.»
Na minha opinião o estudo da Filosofia deve ser uma matéria inicial na formação, começando por estimular a atitude crítica do indivíduo em relação a tudo o que o rodeia. A falta disto é para mim uma das maiores lacunas da nossa sociedade, pois as pessoas são habituadas a comer o que lhe é posto à frente e a gostar daquilo que é colocado como o que é normal gostar – veja-se o que oferecem os grandes industriais do cinema, da música, da «literatura». Mas acima de tudo é na atitude perante a vida e perante os outros que as consequências destas falhas acabam por ser mais concretas, traduzindo-se no imediatismo, falta de sentido cívico e sobrevalorização da aparência. É a mentalidade que tem que mudar, e isso só acontece po via de um exercício intelectualmente honesto de procura do conhecimento – a Filosofia.
Estas questões sobre a Filosofia já cansaram. Não há questionamentos semelhantes sobre outras profissões. Creio que ela é o fundamento, a raíz, a humanidade do humano… e pronto.
julgo que esta questão da utilidade da filosofia é tão antiga quanto a própria filosofia.
Desengane-se quem pensa que vive, na atualidade, num mundo mais pragmático do que qualquer outro que o antecedeu.
O ócio foi, é ,e será a maior de todos as ocupações humanas, portanto, não é de estranhar a aversão a todo aquele que ouse tranpor a barreira do senso comum e aceite o desafio de viajar para o mundo do questionamento, da dúvida, da incerteza…
Assim, e dentro desta perspetiva, compreende-se que, quem ouse colocar questões, dúvidas, ou tenha a coragem de colocar outros a pensar seja intitulado como um desencaminhador.
Como reflexo desta atitude temos o caso do filósofo Sócrates como exemplo.
Para conclusão, a sociedade e a politica sempre aspiraram a um povo aceitador e ordeiro, que não questione e muito menos ouse pensar.
Lamentavelmente só assim se compreende a relexão e a inquietação como os principais inimigos públicos.