Searle: Liberdade e Neurobiologia

O filósofo norte-americano John R. Searle é conhecido por seus trabalhos de exploração daquilo que o senso comum chama de “mundo real”. Também é famosa sua crença na racionalidade e na objetividade, defendendo que o mundo é um fato real passível de ser conhecido pela ciência, não um universo abstrato construído por meio de jogos de palavras, polemizando com autores como Jacques Derrida.

Liberdade e Neurobiologia: reflexões sobre o livre-arbítrio, a linguagem e o poder político, recém-lançado pela Editora Unesp, além de constituir uma boa introdução às contribuições de Searle para a filosofia da mente, da linguagem e suas implicações sociais, também avança por um dos problemas filosóficos mais persistentes, a questão do livre-arbítrio e o conceito de consciência. Fruto de duas palestras proferidas em Paris em 2001, o livro investiga ainda as relações entre linguagem e poder político e os avanços históricos do conceito de liberdade humana a partir das perspectivas filosófica e neurobiológica.

Em sua reflexão sobre o livre-arbítrio, parte da noção de que “por um lado, fazemos a experiência da liberdade; por outro, temos dificuldade em renunciar à idéia de que todo conhecimento tem sua causa”. Desta forma, lança um olhar aprofundado para a questão, levando em consideração concepções de causalidade e determinismo para desvendar as contradições existentes e as “falsas pressuposições” que norteiam as análises mais correntes sobre o livre-arbítrio.

Searle aprofunda em Liberdade e Neurobiologia sua reflexão em torno da ontologia do poder, esclarecendo que o cerne da análise é a questão de como conciliar a concepção que temos de nós mesmos – de homens conscientes, livres sociais e políticos – com o universo no qual estamos inseridos e é constituído por partículas físicas destituídas de inteligência. E, com o apropriado exame filosófico da linguagem, teríamos potencialmente a capacidade de considerar a totalidade do mundo, reconciliando esta idéia de que temos de nós mesmos com os conhecimentos físicos, químicos e biológicos.

Créditos: http://www.adnews.com.br/midia.php?id=74812

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