Dizer que uma obra de arte nos dá «prazer» é equívoco: a palavra «prazer» traz os sinais degradantes da distracção, da fuga, do esquecimento; e uma obra de arte é a forma autêntica da presença à verdade original da vida. E, no entanto, nenhum de nós confunde a emoção sentida em face de uma dor real com essa outra emoção que a arte nos reconstitui: àquela dor corresponde agora algo de agradável, de plenitude.
Vergílio Ferreira, Espaço do Invisível – vol.1, Bertrand, 1990, p. 21.
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