O quê! Será que se pode permitir a cada cidadão que não creia senão na sua razão e que pense apenas o que essa razão, esclarecida ou enganada, lhe dite? É isso mesmo que é necessário, desde que em nada perturbe a ordem: porque não depende do homem crer ou não crer, mas depende dele respeitar os usos da sua pátria; e se dissésseis que é crime não crer na religião dominante, estaríeis então a acusar os vossos pais, os primeiros cristãos, e estaríeis a justificar aqueles que acusais de os terem lançado aos suplícios.
Voltaire, Tratado sobre a tolerância, tr. José M. Justo
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