Correcto foi não deixar a nossa investigação ser uma investigação científica. A experiência de «que é possível, contra o nosso preconceito, pensar isto e aquilo» – seja o que for – não nos podia interessar. (a concepção pneumática do pensamento). E não devemos produzir nenhuma espécie de teoria. Na nossa investigação não deve haver nada de hipotético. Toda a explicação tem de acabar e ser substituída apenas pela descrição. E esta descrição recebe a sua luz, isto é, a sua finalidade, dos problemas filosóficos. É claro que estes não são problemas empíricos, a sua solução estará antes no conhecimento do modo como a nossa linguagem funciona, de maneira a que de facto este modo seja reconhecido – apesar de um instinto para o não compreender. Estes problemas serão resolvidos não pela adução de novas experiências, mas pela compilação do que é há muito conhecido. A filosofia é um combate contra embruxamento do intelecto pelos meios da linguagem.
Wittgenstein, Investigações filosóficas, tr. M. S. Lourenço, Gulbenkian, I parte, § 109.
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Gostei muito especialmente da última frase onde se determina justamente a função da compreensão do universo nato não por meras concepções prosaicas de expressões e palavras do qual são pertinentes apenas ao poetas ou hipócritas.
Caro Peregrino: Creio ter compreendido a última frase a que se refere. Enuncia um programa de trabalho: desfazer as ilusões e os pseudo-problemas (enigmas) que se geram no (mau) uso da linguagem. Crítica da linguagem, crítica das mistificações na (da) linguagem. Atitude bem sensata nos tempos que correm…
Gostei muito especialmente da última frase onde se determina justamente a função da compreensão do universo nato não por meras concepções prosaicas de expressões e palavras do qual são pertinentes apenas ao poetas ou hipócritas.
Caro Peregrino: Creio ter compreendido a última frase a que se refere. Enuncia um programa de trabalho: desfazer as ilusões e os pseudo-problemas (enigmas) que se geram no (mau) uso da linguagem. Crítica da linguagem, crítica das mistificações na (da) linguagem. Atitude bem sensata nos tempos que correm…