Trata-se de uma dissertação de doutoramento, de 2010, de Luísa Nogueira.
No resumo pode ler-se
Esta investigação tem como objecto de estudo a Filosofia escolar. Está centrada entre a primeira Reforma do Ensino Secundário em 1905 e a última Reforma do Ensino Liceal do Estado Novo, em 1947/48. Consiste numa análise e interpretação do percurso de constituição da Filosofia como disciplina escolar através dos elementos mediadores que a transformam num saber ensinável no Liceu. Finalidades educativas, programas de ensino, manuais escolares e uma estrutura curricular e administrativa configuram a Filosofia como disciplina escolar. Procurou-se uma perspectivação diacrónica e sincrónica destes diferentes elementos, em relação com a política de ensino e de educação, com determinadas concepções do espaço público e do valor do próprio saber.
Acompanhando a génese de alguns equívocos associados ao valor formativo da disciplina, detectando os pressupostos filosóficos dos diferentes programas que representam a dominância de uma determinada Filosofia no ensino, ressaltando a importância de alguns manuais e das relações não lineares entre estes e os programas,
mostrando os procedimentos de aprovação oficiais dos manuais ao longo do Estado Novo, estabelece-se o perfil e os traços configuradores da Filosofia no Ensino Liceal. As dificuldades pelas quais o saber filosófico passou no seu percurso de constituição como disciplina escolar são, no entanto, partilhadas por qualquer ciência
com expressão na escola sempre que a orientação da política educativa interfira directamente nos processos de mediação do saber e que os mecanismos do poder se exerçam de forma activa e orientada sobre o espaço escolar.
Sem dúvida, uma obra essencial para compreender a história do ensino da Filosofia em Portugal.
Luisa Nogueira – a Filosofia No Espaco Escolar