O verdadeiro fundador da retórica foi (…) Górgias Leontinos, que surgiu em Atenas, no ano de 427 a. C., como embaixador da sua cidade natal,e que desde logo causou a maior sensação, devido aos brilhantes e floreados discursos com que se dirigia aos atenienses a solicitar a sua ajuda. Muitos deles, fascinados pela sua oratória, tornaram-se seus discípulos, fazendo de Górgias o primeiro professor de Retórica de que há conhecimento. Para Górgias, a oratória deveria excitar o auditório até o deixar completamente persuadido. Não lhe interessava uma eventual verdade objectiva, mas tão somente o consentimento dos ouvintes. Para o efeito, o orador deveria ter em conta a oportunidade do lugar e do momento, para além de saber adaptar-se ao carácter dos que o escutassem. Mas, sobretudo, teria de usar uma linguagem brilhante e poética, cheia de efeitos, figuras e ritmos. Ele foi, pode dizer-se, o introdutor de uma oratória de exibição ou de aparato, sem obediência a qualquer finalidade política ou forense e orientada fundamentalmente para fazer realçar o próprio orador. Neste aspecto, em nada se afastava de outros sofistas do seu tempo.
Américo de Sousa, “A Persuasão”, UBI
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Gorgia não tinha culpa de seus dicipulos usarem de forma incorreta o motódo persuasivo, ele os ensinava evidentemente em troca de favores e dinheiro. No entanto, devemos aceitar sua necessidade, não sua demasiada vaidade, já que esse era o meio para se garantir a satisfação de suas necessidades. Cabe ainda resaltar, que a ignorancia de quem era atingido pelos argumetos era o grande mal. O discurso não deixa de ser um discurso, as pessoas que o intepretam de formas diferentes e se deixam dominar pelo medo de ver as coisas como são verdadeiramente