[A fé parece uma opção, mas não o é.] Quando a fé existe, é uma força irresistível, e por isso não é escolhida livremente. Basta-nos apenas não confundir a crença em Deus – um compromisso arrebatado, transformador, existencial – com a crença na existência de cadeiras na sala ao lado.
Será que os crentes têm razão, ou estarão eles enganados? Não existe um raciocínio neutro que nos permita responder a esta questão. O conhecimento humano não tem nenhum fundamento absoluto de certeza, sobre o qual possamos decidir imparcialmente a veracidade deste tipo de questões essenciais.
Keith Ward, Deus e os filósofos, Estrela Polar, p. 251.
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Será legítimo anunciar desta forma o fim da discussão? Nada há a dizer racionalmente sobre Deus. Não me serve. Também não me serve a afirmação de que a fé não é uma escolha voluntária… ando à muito tempo à procura da fé racionalmente, mas ainda não a encontrei. E segundo Ward, nada há a fazer. Alguém me dá esperança?
Ramachandran diria que não. Segundo ele,as “nossas mentes têm sua origem exclusivamente na atividade de pequenos fiapos do protoplasma em nossos cérebros e que não há realmente algo que possa ser chamado de alma imaterial. Esta é uma notícia chocante, certamente, pois implica que eu sou uma parte do fluxo causal dos eventos no universo físico; e nada mais. Se é assim, em que sentido tenho realmente a um livre arbítrio? Que acontece depois que eu morro? E o que falar sobre a religião, alma, imortalidade, e Deus?”.