Qual seria a primeira coisa que farias se tivesses uma varinha mágica? parece ser a pergunta mais apetecível para crianças do primeiro ciclo e as respostas podem ser muito variadas, divertidas e até profundamente disparatadas, mas o mais importante é levá-as a fundamentar, o que as obriga a pensar no porquê da resposta dada e se esta tem sustentação, isto é, se faz sentido.
Uma das respostas mais comuns prende-se com a transformação radical da realidade: ficava muito rico e construía um castelo. Mas a riqueza tornar-te-ia mais feliz? O que entendes por felicidade? E quando a criança começa a explicar que é feliz quando brinca, quando sai com os pais e quando vê um arco-íris, subitamente o ideal da riqueza esfuma-se e esta muda de desejo. A fundamentação da escolha do desejo tornou-o irrelevante.
Este tipo de questões são muito interessantes para levar a criança a perceber que aquilo que desejamos não corresponde sempre às necessidades que sentimos, ajudando à consciencialização do que é prioritário e do que é supérfluo. A fundamentação dos desejos faz com que os participantes percebam que há motivos para os mesmos e a sua explicação obriga a uma reflexão sobre os porquês, essencial para o desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico.