Human Flow – uma questão de direitos humanos

O artista e activista chinês, realizador de Human Flow, Ai Weiwei, não é um estranho à problemática dos direitos humanos. A mãe era escritora e o pai poeta, sendo que este último foi considerado “inimigo do povo”, etiqueta que valeu a toda a família a deportação para um campo de trabalhos forçados na China. Ai Weiwei tinha apenas um ano e viveria dezasseis anos da sua vida em condições miseráveis.

Aos dezanove anos, regressou com a sua família para Beijing e juntou-se a um grupo de pensadores contra o controlo que o Governo chinês exercia sobre a população, o que lhe valeu, desde então, a alcunha de “o homem mais perigoso” da China. Fugiu para Nova Iorque, onde estudou arte e cinema, mas acabaria por voltar devido ao estado de saúde debilitado do pai e à revolta sentida pelos constantes atropelos aos direitos humanos no seu país.

Human Flow é um documentário realista, filmado em vinte e três países, sobre o movimento actual de refugiados onde Weiwei reúne um conjunto de depoimentos de pessoas que fogem do horror, da violência, guerra e fome, e que encontram na sua jornada em direcção à Europa um cenário tão mau e absurdo como aquele que abandonaram.

Documentário premiado na Competição Oficial do Festival de Cinema de Veneza de 2017, Human Flow apela ao que temos de humano numa tentativa de nos sensibilizar para a ideia de que temos de saber viver uns com os outros, independentemente das diferenças que nos separam, já que todos partilhamos o mesmo desejo universal: ser felizes num mundo em paz.

 

 

 

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