Mario Perniola – Do sentir

Parece que é justamente no plano do sentir que a nossa época exerceu o seu poder. Talvez por isso ela possa ser definida como uma época estética: não por ter uma relação privilegiada e directa com as artes, mas mais essencialmente porque o seu campo estratégico não é o cognitivo, nem o prático, mas o do sentir, o da aisthesis. Os primeiros dois âmbitos surgem à primeira vista subordinados ao terceiro: a partir dos anos 60, parece ser precisamente neste território que se jogam as partidas decisivas, que se estabelecem e se desfazem as relações privadas e sociais, que se desenham e se cumprem os destinos de cada um e das colectividades.
Mário Perniola, Do sentir, tr. António Guerreiro, Ed. Presença, pp. 11, 12.
Facebook Comments

1 Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.