Como se explica esta capacidade, comum a todos os homens e todos os povos, de discernir o bem do mal? Este nosso sentimento de culpa (e remorso) perante o mal que se faz, ou de alegria (e plenitude) ante o bem que se pratica? De onde nos vem este quid que existe em nós, mas é superior a nós; que nos ordena e impõe o cumprimento. do dever, e nos acusa e pede contas pelas omissões ao mesmo dever? Inevitável presença, que tanto é o sinal da nossa grandeza, como a causa da nossa tragédia?
Formular tais interrogações, é pôr o problema da origem da consciência moral. As respostas, para o qual, só podem ser de duas espécies: ou essa propriedade é inata em nós, ou a
adquirimos pela experiência. Veremos, com efeito, que todas as doutrinas possíveis sobre a origem da consciência se podem reduzir: ao inatismo, ou ao empirismo, ou a uma síntese das
duas doutrinas.
MORAL FORMAL (IV)
Origem da consciência moral
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É o instinto de sobrevivência que nos dita, na hora de decidir, o que hei-de de fazer. É a função egoísmo a defender-me das soluções más para a minha sobrevivência. É assim em todos os animais.
Porém há uma pequena subtileza que nos faz pensar, às vezes, que no bicho-homem as coisas passam-se de forma diferente. Mas não. A diferença é que no bicho-homem existe uma camada de software sobreposta ao código animal (genético) que, através da cultura, nos ensina que, em sociedade, “ser altruísta é a forma mais produtiva de ser egoísta”.
A consciência moral é a aderência ao princípio contido na frase entre aspas. Logo é uma mistura de inato com adquirido. Por isso faço asneiras só de vez em quando, nas vezes em que a minha reacção inata se impôs (chegou primeiro) à reacção “adquirida”. Porque a minha vontade estava fragilizada por doença, cansaço, ou porque o estímulo para reagir a uma situação de stress foi muito grande e o meu cérebro não teve tempo de “abafar” a reacção inata e substitui-la pela adquirida.
É mais ou menos isto…