Investigadores da Universidade de Durham publicaram recentemente um estudo segundo o qual as crianças beneficiam do contacto com a Filosofia logo no 1.º CEB, nomeadamente no desenvolvimento de competências linguísticas e matemáticas. Quando falamos de crianças provindas de meios socialmente desfavorecidos, os ganhos são ainda maiores.
Neste estudo participaram cerca de 3159 crianças de 48 escolas e verificou-se uma melhoria nas competências matemáticas e de leitura em apenas dois meses após o início dos debates filosóficos na sala de aula: “The study shows that children as young as nine and ten, who are encouraged to have philosophical discussions around topics such as truth, fairness and knowledge, can improve their progress in maths and reading by an average of two extra months with disadvantaged pupils making even bigger strides.”
Esta investigação foi levada a cabo pela Education Endowment Foundation (EEF), aferiu a eficácia de uma abordagem pedagógica baseada no debate e no questionamento denominada Philosophy for Children (P4C), já utilizada por cerca de 3000 docentes no Reino Unido.
Numa aula típica, facilitador e crianças sentam-se em círculo e o facilitador começa por lhes apresentar algo estimulante como um vídeo, um clip, imagem ou artigo de jornal para provocar o interesse das crianças. Depois, as crianças dividem-se em pequenos grupos para reflectirem sobre questões relativas ao tema inicial, escolhendo então aquela que lhes parece mais interessante e que querem ver debatida. As discussões posteriores são conduzidas no sentido de desenvolver competências de raciocínio e compreensão de conceitos.
Stephen Gorard, que conduziu o estudo, salienta que: “Our results suggest that these philosophy sessions can have a positive impact on pupils’ maths, reading and perhaps their writing skills. But crucially, they seem to work especially well for the children who are most disadvantaged.”
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