Se alguém pensa ter encontrado a solução do problema da vida e se sente disposto a dizer a si próprio que agora tudo é muito fácil, basta-lhe, para ver que está enganado, recordar-se de uma época em que tal «situação» ainda não havia sido descoberta; teria sido também possível viver nessa altura, e a solução agora encontrada pareceria fortuita relativamente a esse tempo. O mesmo se passa com o estudo da lógica. Se existisse uma «solução» para os problemas da lógica (filosófica), necessitaríamos apenas de ter em conta que houve um tempo em que eles não estavam ainda resolvidos ( e que também então as pessoas sabiam viver e pensar)
Wittgenstein, Cultura e valor, Ed. 70, pp. 16, 17.
Facebook Comments
Não perspectivo o sentido da vida como um problema. A vida não é nem pode ser um problema. A vida será, julgo, um acto da existencia, não compreendida, da pulsão universal consubstanciada em corpos humanos ou outros. A vida manifesta-se na corrente de energia que vem de algures(?) e se estende ininteurrupta ao infinito(?). Esta nossa forma de vida existirá enquanto este Universo existir tal como o conhecemos.
De outro modo, como se pode entender a vida? O seu sentido é apenas este: ir, monadicamente (Leibniz) «em frente», o que seja que isto signifique.
Edmundo dos Santos Figueiredo
A vida não é problema, concordo. Mas o sentido da vida é. Repare nas afirmações controversas que produz. É na discussão dessas questões que reside o problema. Muitas pessoas ainda não resolveram a questão como aparentemente já fez. Ou os pontos de interrogação indiciam que ainda está a reflectir sobre o «problema»?