Em Portugal, os vários subsistemas de ensino contemplam apenas uma disciplina marcadamente crítica, reflexiva e filosófica nos diversos currículos. No ensino secundário existe, durante dois anos, a disciplina de Filosofia. Contudo, não existe nenhuma área curricular de formação do pensamento crítico nos diversos ciclos do ensino básico e o mesmo se passa no ensino superior, onde o pensamento crítico é meramente esporádico, faltando, muitas vezes, a demarcação de uma ética tipicamente integrada na vida pessoal e social. Com a ascensão do ensino profissional, o próprio lugar da Filosofia tem vindo a ser progressivamente descurado.
A introdução de uma disciplina de Pensamento Crítico, no atual contexto em que vive o país, é muito pouco provável (partindo das estruturas já existentes), a não ser que ocorra num contexto de oferta de escola ao nível do ensino básico. Existem numerosos profissionais com experiência formativa e habilitações académicas que permitiriam a apresentação de propostas fundamentadas de projetos curriculares de elevada qualidade. Com a crescente autonomia das escolas capazes de integrar nos seus projetos educativos disciplinas que lhe possam trazer mais valias, começa a existir espaço para a implementação de algumas disciplinas ao nível do ensino básico, nomeadamente a de Pensamente Crítico. Consequentemente, este grupo no facebook assume como principais interesses:
1. Conhecer com alguma profundidade as boas práticas já existentes, em Portugal e no estrangeiro, no âmbito de uma disciplina de “Pensamento Crítico”;
2. Fundamentar de um ponto de vista psicopedagógico a razão de tal disciplina existir no ensino básico;
3. Elencar finalidades e objetivos, conteúdos e recursos de uma disciplina de Pensamento Crítico como oferta de Escola no ensino básico;
4. Produzir e partilhar materiais subordinados ou relacionados e integrados com aquilo que foi dito nas alíneas anteriores criando, eventualmente, uma plataforma para a disseminação de recursos educacionais abertos para esta disciplina elencando vários caminhos possíveis a fazer-se nesta disciplina;
5. Construir uma comunidade de partilha e trabalho que permita a qualquer professor de filosofia dispor de uma proposta devidamente fundamentada, de modo a agilizar, vulgarizar e, até, massificar a oferta dessa disciplina em Portugal.
Este projeto começa no facebook porque é a rede social onde mais facilmente se podem conciliar vontades, projetos e interesses; a sua evolução futura passará por uma plataforma de trabalho colaborativo. Da mesma forma, é possível que depois de alguns avanços sejam estabelecidas parcerias com instituições de ensino superior e associações profissionais que manifestem interesse em colaborar neste projeto e / ou que os diferentes membros consigam chamar quer no decurso do trabalho ou após o mesmo.