
A ideia de razão, pelo contrário, refere-se a métodos de justificação não localizados e não relativos – métodos que distinguem as inferências universalmente legítimas das ilegítimas e que procuram alcançar a verdade num sentido não relativo. Esses métodos podem falhar, mas o seu objectivo é esse; e as justificações racionais, mesmo que acabem algures, não podem acabar no qualificativo «para mim» se quiserem reclamar a sua universalidade.
O carácter essencial do raciocínio é a sua generalidade. Se tenho razões para concluir, para acreditar ou para querer algo, não podem ser razões só para mim – elas têm de justificar qualquer outra pessoa que estivesse no meu lugar a fazer o mesmo.
Thomas Nagel, A última palavra, tr. Desidério Murcho, Gradiva, pp. 12, 13.
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