Tudo depende do resultado desta disputa peculiar pela última palavra. O subjectivista quer dar a última palavra ao reconhecimento de que as justificações param no interior da nossa linguagem e das nossas práticas. Eu quero dá-la às próprias justificações, incluindo algumas que estão envolvidas ou implicadas nesse reconhecimento – reconhecimento que está subordinado a elas, tal como o reconhecimento de que uma notação é essencial para pensar sobre aritmética está subordinado à própria aritmética. (…)
A única maneira de resistir à tentação constante de dar a última palavra – mesmo que se trate da última palavra indizível – à primeira pessoa, do singular ou do plural, é ver como o raciocínio de primeira ordem sobre o mundo domina inevitavelmente estas ideias, se as levarmos a sério.
Thomas Nagel, A última palavra, tr. Desidério Murcho, Gradiva, pp. 46, 47.
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