Nebraska e a Complexidade das Relações Humanas

Nebraska é um filme de 2013 de Alexander Payne e que conta uma história que poderia ser a história de tantas pessoas idosas, insatisfeitas com a sua vida e ainda cheias de sonhos.

Com a interpretação irrepreensível de Bruce Dern no papel de um homem desiludido com a sua existência e que vê num talão de marketing com um prémio fictício de 1 milhão de dólares a oportunidade de deixar algo de significativo para os seus filhos, bem como de realizar o sonho de comprar uma carrinha nova e um compressor, Nebraska é uma visão intimista e filosófica da breve existência humana. A forma como é retratada a ganância da família e dos amigos perante a possibilidade de Woody Grant (Bruce Dern) estar milionário, apesar da negação por parte do filho (Will Forte), leva-nos a reflectir sobre o valor e a complexidade das relações humanas e como estas se tecem em função de interesses que podem nada ter a ver com as pessoas em causa.

O facto de o filme ser realizado a preto e branco confere-lhe uma nostalgia que cria em quem o vê uma empatia para com o protagonista, como se estivéssemos a rever a sua vida, entrando lentamente na complexidade da sua mente e das frustrações perante uma existência vazia, uma mulher castradora e uma família rural interesseira e rude.

Nebraska faz-nos pensar no sentido da vida, naquilo que é realmente importante e no que devemos fazer para que, em jeito de retrospectiva, possamos dizer que tudo valeu a pena e que nada ficou por fazer ou viver.

https://www.youtube.com/watch?v=UT5tqPojMtg

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