Itália pune professor de Filosofia por retirar crucifixo de sala de aula

Um professor de Filosofia de um colégio de Trieste, no norte da Itália, foi punido pelas autoridades italianas por ter retirado o crucifixo que decorava uma sala de aula, denunciou nesta segunda-feira uma associação ateia.

Davide Zotti, militante de uma associação de homossexuais, contou no Facebook que havia retirado o crucifixo da sala para protestar contra as posições “homofóbicas” da Igreja Católica.

Convocado este mês pelo reitor do colégio, o professor foi punido por ter retirado “material escolar” e, depois, manifestou-se à imprensa.

“Exerci o direito de defender a laicismo do Estado para o qual trabalho. Para o reitor, não cumpri com os meus deveres”, escreveu.

O catolicismo deixou de ser a religião do Estado italiano em 1984. Mas a ordem da época fascista que obriga as escolas a exibir um crucifixo nas salas de aula permanece vigente.

“É surpreendente que se recorra a uma norma fascista para impor o crucifixo”, lamentou nesta segunda a União de Ateus.

Há três anos, a chamada guerra dos crucifixos contra a proibição de símbolos religiosos desencadeou uma grande polêmica na Itália. Na época, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu que a presença de crucifixos nas salas de aula italianas não viola o direito dos pais de educar seus filhos de acordo com suas convicções.

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