Um dos temas que incluo sempre na lista de opções para os meus alunos trabalharem o seu pequeno ensaio filosófico é a questão da obrigação moral dos ricos ajudarem os pobres. O fim-de-semana passado tropecei neste livro no Jumbo da Maia por apenas 5€ (O livro tem 542 páginas e na wook o seu preço é de 28,50€): «O fim da pobreza – como consegui-lo na nossa geração», de Jeffrey Sachs. O autor é director do Instituto da Terra, Professor na Universidade de Columbia, foi conselheiro especial do secretário-geral das nações unidas Kofi Annan, etc.; um currículo centrado nas questões económicas globais, na luta contra a pobreza, a doença, a fome e a dívida dos países do terceiro mundo. O livro é de 2005, mas pelo que já li, permanece actual. A sua importância maior não é directamente filosófica, mas sim informativa. O autor apresenta centenas de dados e informações relevantes para reflectirmos sobre a existência ou não de um imperativo moral em ajudar os países mais pobres. Os interessados que se apressem, ficaram apenas meia dúzia de exemplares.
«Pode parecer altamente imprudente pedir aos países ricos que tomem responsabilidade de ajudar os mais pobres entre os pobres a escapar da armadilha da pobreza. Não só a tarefa é ingrata e infindável, mas pode conduzir à bancarrota – ou algo parecido, diz esta linha de pensamento. Afinal, não têm os países ricos vindo a manter programas sociais que vão para além da sua capacidade? Não estão suficientemente metidos em apuros fiscais com os encargos que já assumiram? Como poderiam alguma vez responsabilizar-se por milhares de milhões de pessoas fora das suas fronteiras, em países com populações que crescem rapidamente? Todas estas perguntas são razoáveis, mas , felizmente, também têm respostas razoáveis. Quanto mais se olha para elas mais se vê que o problema não é se os países ricos podem pagar a ajuda aos pobres, mas sim se podem dar-se ao luxo de não o fazer.»
Jeffrey Sachs, O fim da pobreza, tr. Paulo Tiago Bento, Casa das Letras, p. 421.
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